Inovando com criatividade: oportunidades podem estar onde menos se espera
Em uma de minhas visitas a um cliente na pequena cidade de Tambaú, interior de São Paulo, encontrei algo que me chamou atenção. Logo na entrada da loja, havia uma lousa de classificados onde, sempre que podia, dava uma olhada sem muito interesse. Até que, um dia, algo me chamou atenção: notei que havia um anúncio bem pequeno e pouco criativo, no entanto com um bom conteúdo a ser explorado. Eram três pessoas que moravam na cidade e imitavam os famosos personagens Chaves, Sr. Madruga e Chiquinha. Achei muito interessante, imaginei que poderia ser uma oportunidade de negócio, mas foram apenas pensamentos distantes, de como aqueles personagens poderiam se tornar rentáveis para alguns negócios.
Fiquei bastante inquieto e pensativo durante aquela semana, imaginando aqueles personagens em festas de aniversário, datas comemorativas e outras várias situações. Comecei a pesquisar sobre o segmento de festas e eventos, no qual constatei que havia um grande público e que o nicho de mercado era ótimo a ser explorado, devido a sua grande demanda. Comecei a cogitar a ideia de vender a apresentação para meus clientes em datas comemorativas, peguei o telefone e marquei uma pequena reunião com os integrantes do grupo. Informei a minha vontade em oferecer e vender o trabalho deles (por sinal pessoas muito simples mas com grande ânimo de querer que seu trabalho fosse descoberto).
Após a conversa, firmamos uma parceria, na qual eu ficaria responsável pela venda das apresentações em toda região. A princípio fiquei com receio, pois representava e vendia produtos alimentícios, que nada tinham a haver com eventos. Mas, ainda assim, resolvi encarar o desafio. Montei um site e criei um logotipo chamado Play Arts Eventos. Comecei também a oferecer brinquedos de rua, tais como pula-pula e cama elástica, mas estes seriam terceirizados (o que era necessário, já que eu precisava de mais opções nas mãos na hora de oferecer os novos serviços).
Depois de tudo pronto e site no ar (ainda assim com poucas informações, já que não havia ainda grandes serviços a oferecer), montei uma apresentação bem estruturada, com ilustrações e fotos dos personagens e a missão da empresa Play Arts Eventos – tudo nos padrões de uma empresa profissional.
Neste momento que se iniciou o trabalho e o esforço de se chegar ao primeiro cliente. Com um negócio diferente e sem saber se daria certo, ainda sim venci o medo e resolvi arriscar. O máximo que poderia ganhar seria um não. Na minha primeira visita a um cliente, vendi os produtos alimentícios da empresa que eu representava, como já era de costume. No entanto, na hora de oferecer os novos serviços (as atrações), fiquei com um pé atrás e resolvi não os oferecer. Na minha cabeça aquele diabinho estava dizendo: “isso não vai dar certo, ainda vão tirar sarro da sua cara”. Fui para o segundo cliente e hesitei de novo, não ofereci os serviços e, na hora do almoço, fiquei refletindo sobre o grande negócio que tinha em mãos. Estava com um medo absurdo de ser rejeitado. Parei e pensei: “não está errado, nós só conseguimos vencer se acreditarmos que somo capazes de transformar os obstáculos em degraus para subirmos e alcançarmos o objeto em questão”. Este pensamento foi a força que precisava para me levantar e enfrentar meus medos.
Como já tinha feito duas visitas na cidade, resolvi procurar outro cliente que eu nem atendia ou ao menos conhecia. Cheguei à loja, me apresentei e pedi para falar com o gerente. Mostrei a apresentação a ele, que na hora chamou o proprietário para participar da apresentação. Depois de uma longa conversa, por fim saí com o primeiro contrato assinado, muito feliz com o feito realizado num cliente que nem conhecia e que, ainda sim, fechou um pacote de atrações para o dia das crianças.
Depois deste dia, não parei mais de correr atrás de novos negócios e novos clientes. Hoj,e depois de sete anos no mercado, a empresa Play Arts Eventos (que por fim se tornou Play Festa), após a compra de vários brinquedos para locação, é umas das principais empresas da região na parte de contratação de artistas para animação e entretenimento, também prestando serviços para empresas nacionais e multinacionais em todo o Brasil. Contamos hoje com mais de trinta atrações e artistas que prestam serviços em todos os estados. Por isso, para concluir, não importa onde se está, o que importa é saber enxergar as oportunidades, que muitas vezes estão ao nosso lado e nem percebemos.
Sobre o Autor
Saulo Henrique Salto tem 17 Anos de experiência em Vendas e Merchandising, trabalhando em várias empresas de grande porte Vigor, Nestlé, Sara Lee Cafés do Brasil, União e Perdigão, formado em Administração de Empresas, Proprietário da Empresa Play Festa e hoje atua como Docente na instituição Senac – São Paulo.
Comment (1)
Gostei da idéia de negocio, acha que algo poderia ser usando muito hoje em dia.
Nesta questão oferece o produto aos clientes tenho esta dificuldade também, vendo espaço publicitário dentro um aplicativo de celular tipo guia comercial local. Acredito anuncios em aplicativos de celular seja evolução do antigo jornalzinho do bairro. Mesmo assim sinto muitos comerciantes temem esta novidade, mesmo com sucesso do whatsapp e outros apper disponível gratuito nas plataformas.
Neste momento estou devorando cursos do Sebrae e pesquisando uma nova forma de criar apper guia comercial local, em algo vai além lugar posta anuncios.
Se tiver algum sugestão, gostaria de recebe-las.